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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestações e a Imprensa



Os protestos de todo o Brasil, vem trazendo um país mais ativo politicamente e uma mídia na defensiva, diante do poder do povo e do clique


As desculpas do Jabor,  os ânimos contidos do Datena, a valorização ao vídeo do Ratinho expondo a realidade do país, Globo hostilizada, carro da Record queimado, Folha com a opinião do povo após ser atingida de frente. Falar que as manifestações que começaram em São Paulo são muito mais que os vinte centavos das passagens (é também a reação do povo democrático) é comum, mas e nossa imprensa? Essa também vem sofrendo as consequências do acordar brasileiro...
O povo brasileiro se junta pela máquina da rede social, Manuel Castells já dizia: as redes sociais virtuais pretendem reiventar a sociedade! E estão! Elas estão sendo usadas da melhor maneira a de não ficar parado, de ir às ruas e de dar um grito de basta a todo e qualquer tipo de manipulação, inclusive a da imprensa.
É fantasticamente curioso ligar a televisão e ver os repórteres falarem, quase que unânimes: “Há atos de vandalismo, mas em pontos isolados, a maioria dos manifestantes segue de maneira pacífica”. Há noção, leitor, do quanto se lutou para que essa imprensa, mesmo que à força, realmente retratasse o outro lado?
Que rádio, televisão, revistas, jornais não simplesmente tratassem desse ato como “uma manifestação que parou a Avenida Paulista, complicou o trânsito da capital e ainda acumulou atos de vandalismo?”


A força do povo não só vem modificando a realidade brasileira no que se refere a participação política ativa, vem também modificando a imprensa,a mídia que deve estar a serviço da sociedade e deve ter uma visão limpa, a imparcialidade é impossível, mas os lados devem ser mostrados e  o telespectador, o ouvinte, o leitor deve ter a liberdade de escolher.
 A qualquer comunicador, a qualquer pessoa fica claro o quão grandioso é ver a nossa vontade, a nossa opinião ser respeitada pelos meios de comunicação. A imprensa bem que tentou colocar o que pensava, de maneira contrária ao povo, mas não conseguiu nos convencer que “o protesto com baderna” é injusto, que os “20 centavos não são nada”, que todo o manifesto  não se passava de “uma imensa ignorância política”...
Pois é a mudança vem acontecendo não só na política a mídia também está aprendendo que pode ser muito ameaçada, caso não respeite às vontades do povo. Que a população tem sim o direito de não concordar com o que é imposto por ela, a imprensa deve entender que a população é que tem o controle e não meia dúzia de opiniões, daqueles que se dizem “entendedores”. Vamos respeitar a raiz da palavra comunicação, a voz comum para todos.
Afinal manipular uma população que não “deixa as águas rolarem” é fácil. Nosso país está acordando e calar a voz de de um Brasil inteiro vem sendo uma tarefa muito difícil.... É mais fácil , humildemente, se retratar e dizer “Amigos, eu errei!”



Aline Rodrigues Imercio

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Um exercício de jornalismo?


Há muito tempo venho observando esse fascínio de todos pelas redes sociais – são amigos da faculdade, colegas mais próximos e até aqueles com que esbarro nos vagões do metrô. Todos vidrados na internet, que agora tem potencialidade até mais rápida nos celulares.
Não faço uma fervorosa crítica sobre esse uso das redes sociais. Mas o que me desperta uma curiosidade é o interesse maior que as pessoas têm na notícia, na sua própria notícia. O jornalismo anda pairando por toda parte sem que as pessoas percebam. Todos querem relatar histórias, todos querem contar seus fatos cotidianos. O restaurante que aprovou ou não, a praia que frequentou, a loja que foi, o acidente que presenciou, a estadia no hospital que acabou sendo boa ou ruim. Sem contar com os comentários por cima das próprias notícias: exemplo disso foram as eleições, onde redes se transformaram em palanques por seus aliados e os próprios candidatos.
"No que você está pensando?" a frase do Facebook, estimula usuários a relatarem seu  cotidiano

E, embora eu tenho ido a fundo neste pensamento, é muito fácil provar tudo isso. Um repórter, por exemplo. É comum que ele avalie os critérios de noticiabilidade antes de levar uma notícia ao público, critérios que envolvem o novo, o extraordinário... Agora voltemos aos usuários das redes sociais. Antes de publicar alguma atividade ou alguma opinião em seus perfis, eles pensam: “Quem será que vai ler meupost?” ou “O que será mais interessante publicar agora? Essas fotos agradariam meus colegas?” Não se trata de um critério genericamente parecido com o do jornalismo formal? De atingir um público específico?

Fatos, opiniões e reação
Obviamente, devemos saber a diferença de interesses: o profissional do jornalismo tem a obrigação de levar aquilo que a população espera que ele leve, a informação de qualidade, enquanto o internauta só busca de uma maneira informal agradar quem o segue em seu perfil.
Enfim, a rede social talvez seja um exercício informal do jornalismo. Claro que nem sempre consciente e nem sempre fiel aos moldes tradicionais, mas ainda assim um exercício de contar fatos (relevantes ou não); trazer opiniões (coerentes ou não) e esperar ansiosamente a reação (ou curtidas e compartilhamentos) do público.

Aline Rodrigues Imercio
*texto publicado no site Observatório da Imprensa: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed728_um_exercicio_de_jornalismo